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Coletivo Katu!

  • Júlia Araújo e Gustavo Tomaz
  • 29 de jul. de 2015
  • 3 min de leitura

"Na verdade, o que querem os opressores é transformar a mentalidade dos oprimidos e não a situação que os oprime [...]. Pretendem, isto sim, conseguir isso através da educação cada vez uma condição mais adaptativa que lhes garanta mais maneiras de submissão".

(Paulo Freire).

Começamos aqui mais uma parte de um diário de vivências, desta vez contaremos com a participação do Coletivo Katu, um grupo de educadores e professores que, inconformados com as desigualdades da sociedade capitalista, e insatisfeitos com os sistemas de educação do Estado e das organizações sociais do terceiro setor, buscam organizar enquanto um coletivo autônomo, construir novas formas de educação, e novas formas de debater as questões sociais e políticas com a juventude (Deste jeito eles mesmos se descrevem).

Conheci o Katu lendo uma matéria relacionada ao trabalho que eles haviam realizado na E. E. Wander Taffo, ali percebi mais uma ação maravilhosa que rolava no Capão e eu não sabia, entrei em contato com eles e finalmente conseguimos nos encontrar.

Fomos Júlia e eu à um debate sobre educação, organizado por eles no Bloco do Beco, numa conversa que levou há vários caminhos; nos sentimos muito acolhidos e livres para dar as nossas opiniões, sem receios.

Ao final Alessandra e Cristina representaram o Coletivo e nos contaram suas vivências, seus desejos, seus gostos e as coisas que as desagradam na atual conjuntura social em que vivemos. Elas se mostraram mulheres de opinião e acima de tudo senso crítico, e sem rodeios responderam há todas às perguntas feitas, sem papas na língua.

Perfil:

Alessandra Tavares de Oliveira, professora de Sociologia do ensino médio da rede pública estadual, participa, além do Katu, de mais dois coletivos: Fala Guerreira e Periferia Segue Sangrando.

Cristina Roseno, também professora de Sociologia pela rede pública estadual, fora o coletivo Katu, ainda participa dos coletivos: Os Índios Somos Nós e Periferia Segue Sangrando.

Origem: O que os levou a fundar o Coletivo?

O motivo maior foi levantar a discussão de outra abordagem de atuação, na necessidade de informação política. Pensando na juventude e na educação. E levar tudo isso para dentro da escola, que é o lugar aonde temos a maior concentração de juventude. – Diz Alessandra.

Abrir um espaço para nossos alunos discutirem a política, fora dos padrões da escola, fazer uma formação política, mas de uma forma descomplicada. – Diz Cristina.

O professor: Qual é o seu papel na sociedade?

O professor é um educador em primeiro lugar, um facilitador no processo educativo, mas não deve ser visto como um repressor, e nem deve agir de tal maneira. – Responde Alessandra.

Dar conhecimento, mas também saber receber conhecimento dos alunos. Trazer para eles (Alunos) uma nova forma de ver, deixá-los mais críticos. – Responde Cristina.

A escola: A instituição está preparando os jovens para a sociedade?

Sim, para esta sociedade violenta e desigual, para que eles acabem se tornando apenas mais um leva de “máquinas”. – Afirma Alessandra.

Sim, porque os prepara para serem apenas mais indivíduos que aceitam o erro, sem nenhuma oposição. – Responde Cristina com precisão.

A crise da educação: Qual foi um dos piores casos que vocês, como professoras, já presenciaram?

Não presenciei, mas fiquei sabendo (O caso foi relatado, mas com a perda do áudio da entrevista não conseguimos recuperar em nossa memória o que foi dito, por isso resumimos sua fala) e foi tudo que eu luto contra: racismo, repressão e maus tratos contra a juventude. – Disse Alessandra.

Uma vez um aluno fez um panelaço, em forma de protesto, em frente à secretaria da escola, os professores estavam em reunião, a diretora chamou a polícia, que ao chegar reprimiram o garoto violentamente, apenas eu o defendi, o mais chato foi ver, ainda, alguns professores aprovando tudo aquilo que estava acontecendo na frente deles. – Conta Cristina.

Como se muda a educação?

A mudança para mim, começa de cima, tem que tirar este governo; que sabe muito bem como melhorar a educação, mas não faz isso. – Responde Alessandra.

Mudando este plano de governo que sabe como ensinar, mas não faz isso. – Responde Cristina, em concordância.

Maioridade Penal: O que vocês acham?

A resposta também não foi possível ser recordada igualmente ao dito, mas elas se impõem contra à redução.

O pior: O que é pior para um professor em seu ambiente de trabalho?

As duas respondem a mesma coisa: O salário!

Um ídolo de vocês?

Resposta conjunta: Todos os professores, educadores e revolucionários de todas às áreas, pessoas que tornam o mundo um pouco melhor para os reprimidos, e que batem na cara dos reacionários.

Infelizmente com a perda do áudio, perdemos muitas perguntas e respostas da nossa conversa, mas às resgatadas já mostram quem são estas mulheres fortes e de opinião, e o que elas e o coletivo defendem. Foi muito boa a nossa conversa. Se quiserem conhecer ainda mais o pessoal do coletivo

acessem: https://katu.milharal.org/


 
 
 

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